Preso nesta segunda-feira (4), o homem apontado pela polícia como o principal executor do atentado contra o diretor do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, em maio deste ano, é também suspeito de envolvimento direto no desaparecimento e morte de quatro pessoas. Dentre as vítimas, está o motorista de aplicativo Weverton Antônio dos Santos, em maio. Segundo apurado por autoridades policiais, o suspeito faz parte da facção Comando Vermelho (CV).
O homem preso nesta segunda é Romildo Ramos de Moraes, conhecido como ‘RD’. De acordo com fonte policiais, ele é suspeito de envolvimento nos desaparecimentos e mortes de Weverton Antônio dos Santos, Gustavo da Conceição Benfica e Lucas Phelipe Costa Lemos, além de um quarto homem que sumiu em Pindorama, distrito de Porto Seguro, cuja identidade não foi revelada.
De acordo com a Polícia Civil, RD atua como executor do CV, sendo o responsável por assassinar os alvos indicados pelo líder do grupo, Dadá. Ele é investigado por sequestros, homicídios e ocultação de cadáver. “Seu perfil operacional revela elevado grau de periculosidade e comprometimento com as ações mais violentas do grupo criminoso”, aponta uma das investigações da 1ª Delegacia Territorial de Eunápolis.
Vítimas
O motorista de aplicativo Weverton Santos foi sequestrado em Eunápolis, após ser confundido com informante da polícia, quando começou a frequentar o bairro Alecrim para visitar a namorada. “Era uma pessoa que tinha amizades com policiais, apesar de não ser informante. A suspeita é que ele tenha sido capturado pelos traficantes, teve o celular analisado e que o contato de PMs na sua lista tenha motivado a morte”, afirmou uma fonte policial ao CORREIO, à época.
Familiares receberam vídeos do rapaz esquartejado. “De manhã, o meu outro filho me ligou e disse que tinha recebido vídeo dele todo cortado. Eu logo achei que era um acidente, que eu iria no hospital, mas fui para a delegacia”, lamentou a mãe de Weverton, Nalva Ramos, de 48 anos.
No dia 21 de maio, um investigado por envolvimento na morte do motorista por aplicativo já havia sido preso. José Rubens Alves de Assis Filho, conhecido pelo vulgo ‘Rubão’, também é um dos suspeitos de atuar no ataque contra o diretor do Conjunto Penal de Eunápolis, Jorge Magno Alves.
Lucas Phelipe Costa Lemos, por sua vez, foi a uma festa no bairro Ariosvaldo Reis, no dia 17 de maio, e não mais retornou para casa. Ele foi sequestrado e morto pelo CV. Em depoimento, José Rubens relatou ter comprado quatro sacos plásticos e levado para José Vitor Dias Mendes, conhecido como ‘Vitinho’, no dia do crime. Ele conta que chegou ao lugar marcado com ‘Vitinho’ e viu o corpo de Lucas, que possuía marcas de disparos de arma de fogo. Segundo o suspeito, Lucas foi morto após julgamento do ‘tribunal do crime’, porque estava comercializando drogas de um homem envolvido com o Bonde do Maluco (BDM), identificado como Pedro Brito de Jesus e apelidado de ‘PBL’.
A morte de Lucas foi aprovada por Ednaldo Pereira Souza, conhecido como ‘Dadá’, líder e criador da facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), que foi incorporada pelo Comando Vermelho. Segundo Rubão, o ataque ao diretor foi uma ordem de Dadá.
Já Gustavo Benfica, de 22 anos, desapareceu em Eunápolis no mês de maio, cerca de nove dias após a morte de Weverton. Segundo informações da TV Bahia, ele foi visto a última vez em casa, antes de sair de moto para visitar amigos. A família tentou contato por telefone, mas o aparelho do rapaz foi desligado. Ele residia no bairro Jardim América III.
Romildo foi localizado em Pindorama durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Ele tinha cinco mandados de prisão em aberto.
Fonte: COrreio24hrs | Foto: Reprodução e TV Santa Cruz