A citação de Jesus, “Na casa de meu Pai há muitas moradas”, adiciona uma dimensão sublime à nossa existência, indicando que o mundo deve ser visto como parte de um universo maior de expansão da consciência, no qual todos nós passamos na jornada da vida.
Cada local possui seu próprio habitat, permitindo o desenvolvimento dos seres que ali habitam. Trata-se de um território organizado, que não apenas engloba um ecossistema de vegetais e animais, mas também de energias subatômicas. Essas leis físicas invisíveis são o berço do acolhimento dos seres.
Conforme caminhamos na evolução, nossa constituição corporal também se modifica, tornando-se mais sutil, exigindo uma “mudança de morada”, pois o local antes acolhedor se torna adverso em razão das diferenças vibracionais. Assim, o intercâmbio entre os seres e os mundos se torna inevitável revelando a chave para o desdobramento existencial.
Observando a natureza e a interação humana com os animais, podemos fazer uma analogia e compreender o impacto que as mudanças profundas têm sobre todos os seres vivos. Quando são afastados do local onde vivem, da sua família e demais companhias, eles sofrem com o medo do desconhecido, provocando a necessidade de se adaptarem aos novos desafios.
Embora este processo seja atormentador, também é evolutivo, pois nos impulsiona a sair da zona de conforto e nos permite adquirir novos conhecimentos. Com o tempo, o ambiente antes estranho se torna familiar e agradável. Dessa forma, a transformação externa, desencadeia uma mudança interior, depurando ainda mais as nossas energias.
Porém, esse não é o fim da jornada, inevitavelmente chega o momento em que precisamos explorar novos mundos, reiniciando o ciclo constante de crescimento e adaptação que caracterizam a vida.
Dessa forma, assim como partimos para novos mundos, também acolhemos novos hospedes. Nesse processo os “espectros humanos” se complementam e aprendem um com o outro nas fronteiras do universo, enriquecendo-se mutuamente com suas experiências e interações.
Mauro Falcão – Escritor brasileiro