Empresárias relatam prejuízos que chegam a mais de R$ 100 mil após descobrirem que conferência de bronzeamento na BA e hospedagem eram falsos
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Empresárias relatam prejuízos que chegam a mais de R$ 100 mil após descobrirem que conferência de bronzeamento na BA e hospedagem eram falsos

O caso é investigado pela Polícia Civil da Bahia. Até a manhã desta terça-feira (22), 50 mulheres tinham registrado boletim de ocorrência contra o casal organizador. As empresárias , que moram em outros estados e até na Colômbia, afirmam que o número de pessoas lesadas pode chegar a 300.

Segundo a Polícia Civil, os responsáveis prometiam palestras com especialistas na área e hospedagem durante três dias no mesmo local em que aconteceria o evento.

No entanto, na segunda-feira (21), ao chegarem em Salvador, as mulheres, que trabalham com a prática de procedimento de bronzeamento artificial, foram surpreendidas com a informação de que a conferência não seria realizada e que também não havia hospedagens para elas no resort.

Kleydiane Maia tem um espaço de bronzeamento no Pará. Em busca de conhecimento, pagou seis prestações de R$ 334, via Pix, além das passagens de avião.

Quando chegou em Salvador, pensando que participaria do maior congresso de bronzeamento do Brasil, e ficaria hospedada em um resort de luxo, percebeu que era um golpe.

“Quando chegamos, antes das 14h, não tinha como se hospedar. Pagamos o nosso almoço e esperamos”, relatou a paraense.

Algumas mulheres dizem ter visto o momento em que pessoas ligadas ao hotel discutiam com uma casal que seria organizador do evento.

Nubia Lopes mora na cidade de Tailândia, no interior do Pará, e só pagou o congresso porque tinha participado de dois eventos organizados pelo casal, no estado em que mora.

“Dois eventos perfeitos, que não deixaram desejar em nada. Confiei, fiz pagamento através do PIX, antecipadamente, para chegar no dia estar tudo ok”, contou.

“Estou arrasada, porque passei mais de um ano me organizando para esse evento. Tive dificuldades, mas mantive”, lamentou a empresária.

Os gerentes do resort contaram que os organizadores pagaram um valor para o aluguel do salão de festas e hospedagens para 12 pessoas. Os representantes do estabelecimento prestaram depoimento na delegacia.

A palestrante Patrícia Lobo afirmou que se preparou para participar do evento e que não foi comunicada que o congresso não iria mais acontecer.

“Quando vi a direção do hotel falando que não ia mais acontecer, quando vi ele falando que não tinha dinheiro para hospedar todo mundo, fiquei sem acreditar”, relatou a palestrante.

“Cadê esse dinheiro que todas essas meninas honraram?”, questionou.
Fabiana Costa mora em São Paulo e está hospedada no resort que aconteceria o evento. No entanto, ela teve que pagar para passar os três dias nele.

“Estou pagando porque não conheço nada aqui e estou sem repostas. A minha passagem é só na quinta, todas têm comprovantes de que tudo foi pago”, afirmou a empresária.

“E as meninas que não puderam ficar aqui? As que vieram com dinheiro contado?”.

A Polícia Civil informou que um inquérito foi aberto para investigar o caso. As mulheres e os responsáveis pelo suposto evento foram ouvidos na Central de Flagrantes de Salvador e liberados.

Vídeos que viralizaram na internet mostram o momento que as mulheres descobrem que a conferência não ia acontecer e que não ficariam hospedadas no hotel.

É possível ver a revolta das participantes. “Brincou com o sonho de tanta gente e agora ele sai preso”.

Kleydiane Maia disse que algumas colegas de profissão viajaram para a capital baiana com a família. Outras foram impedidas de viajar de ônibus, em Belém, após a empresa apresentar empecilhos.

“Tem congressista que trouxe família. Eles empacaram um ônibus lá em Belém, de onde sou, para que as meninas não chegassem em Salvador, já que eles sabiam que não tinha dinheiro para hospedagem e nada”.

Conforme a bronzeadora, as mulheres que conseguiram embarcar para Salvador estão com passagens de volta marcadas para quinta-feira (24).

“A revolta é que eles entraram no grupo de aplicativo de mensagens e mandaram a gente vir, porque eles iam oferecer o curso para quem pagou o pacote com passagem de avião. Nós chegamos no hotel, estavam em uma reunião que nunca acabava e depois foi avisado, com a cara mais lavada, que bloquearam as contas deles e que não tinha hospedagem”, relatou.

A polícia informou que as investigações serão feitas pela Delegacia Territorial (DT) de Itapuã.

Fonte: G1 | Foto: Arquivo Pessoa