Cantor e compositor lembra das origens do ritmo musical e do movimento nascido em território baiano
Autor: MatheusSimoni,Metro1 | Foto: Matheus Simoni/Metropress
O cantor, compositor e arranjador baiano Roberto Mendes comentou o surgimento do samba na Bahia e como o estado foi berço do principal movimento cultural do país. Em entrevista Mário Kertész hoje (2), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele comentou como o restante do Bahia renega as origens do ritmo musical.
“O samba é filho de duas Bahias. Não falam da Bahia de Todos Os Santos e não falam de Santo Amaro. Ciata nasceu aqui. Se não fosse Ciata, não tinha nem samba no Rio. Foi a culpa de Ciata, Amélia e Graciliano e outras negras baianas que saíram do recôncavo e foram para lá e levaram essa oralidade e esse canto oral para lá. Era o canto violado. Isso é um dado histórico muito importante para a cultura brasileira já que samba está no inconsciente nacional do brasileiro”, afirmou o músico.
Roberto Mendes ainda reforçou a importância de Santo Amaro, cidade no recôncavo baiano, para todo o movimento cultural. “Santo Amaro é uma cidade muito importante, embora hoje tenha defasada. Desmoralizada como todo o país. Politicamente é uma cidade morta. É triste, triste”, avaliou.
Ainda segundo o cantor, Riachão, nome artístico de Clementino Rodrigues, considerado um dos maiores nomes do samba da Bahia, é o maior representante do movimento no estado. Ele faleceu em março deste ano, em decorrência de causas naturais. “Riachão para mim era a figura e tradição no palco. Eu costumo dizer que a arte, a música na forma, serve para fazer a transferência da tradição para a modernidade. Acho que a Bahia e o pagode baiano têm muito dessa tradição”, disse.