Delegado diz que morte de adolescente em Cajamar é “crime de vingança”
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Delegado diz que morte de adolescente em Cajamar é “crime de vingança”

Aldo Galiano Junior, delegado responsável pela investigação da morte da adolescente Vitória Regina de Souza, de 17 anos, em Cajamar, na Grande São Paulo, afirma que a motivação do crime foi uma vingança.

“Com certeza é crime de vingança. Provavelmente partiu de uma traição”, disse Galiano. O delegado, titular da seccional de Mogi das Cruzes, citou 2 aspectos característicos de crimes organizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). O primeiro é o fato de a cabeça de Vitória ter sido encontrada raspada, um símbolo da chamada “talaricagem”, que é como são classificadas as pessoas que se relacionam com namorado (a) ou esposa/marido de um amigo. O segundo sinal é que há uma célula do PCC na área onde o assassinato ocorreu.

Pelo menos sete pessoas são investigadas pela morte de Vitória. Elas são o ex-namorado da vítima, o atual ficante, dois suspeitos que interagiram com ela em um ônibus e dois que mexeram com ela quando passavam de carro enquanto ela esperava o coletivo, além do dono do veículo. A polícia encontrou um fio de cabelo no carro e aguarda resultado de exames do Instituto Médico Legal (IML), que deve chegar nesta sexta-feira (7/3), para confirmar se era de Vitória.

O ex-namorado da vítima, Gustavo Vinícius Santos, se apresentou à Delegacia de Cajamar na tarde desta quinta-feira (6/3). Segundo o delegado responsável pelo caso, Aldo Galiano Junior, Gustavo Vinícius foi espontaneamente à polícia porque “está se sentindo coagido e correndo risco”. Ele não ficou preso.

Segundo Galiano, há inconsistências temporais no depoimento de Gustavo em relação aos demais envolvidos. A fala dele “está fora de todo o contexto da cena que nós reconstituímos em termos de horário”.

Além do ex-namorado, outras 13 pessoas prestaram depoimentos à polícia.

O corpo da adolescente foi localizado e reconhecido por familiares por causa de tatuagens no braço e na perna e de um piercing no umbigo. Aldo Galiano Junior explicou que a adolescente foi “muito machucada e a cabeça foi encontrada raspada”, também no local onde o corpo estava.

De acordo com o delegado do caso, a jovem foi decapitada e apresentava sinais de tortura.

Em nota, a SSP afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição. Foram requisitados exames periciais e exames ao Instituto Médico Legal (IML) para o corpo da vítima. Os laudos estão em elaboração.

A morte de Vitória Regina
Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde do dia 5 de março em uma área rural de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo
Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição.
A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público.
Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo.
Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um sentou atrás dela.
Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Ta de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.
Pelo menos sete pessoas são investigadas pelo crime.
Delegado responsável pelo caso diz que “provavelmente foi crime de vingança”.

Fonte: Metropoles | Foto: Reprodução/ Instagram