Segundo analista de mercado, o Brasil ainda conta com 60 milhões de toneladas de soja para ser negociadas especialmente com a China
Autor: Canal Rural | Foto: Divulgação
Processadores de soja da China devem ser forçados a restringir as operações nos próximos meses por conta do atraso na colheita do Brasil, que é o maior em 10 anos, de acordo com a consultoria Agrural. Além dos trabalhos no campo, as exportações do grão são afetadas. Para o analista de mercado Vlamir Brandalizze, as operações de embarque do Brasil devem ser regularizadas em breve.
“As exportações estão muito abaixo do esperado, com 1,2 milhões de toneladas embarcadas até a terceira semana deste mês, ante quase 5 milhões exportadas em igual período do ano passado. Todo fluxo deve se normalizar e ganhar maior volume a partir da segunda quinzena de março”, projeta Brandalizze.
O analista ressalta, ainda, que os chineses vão aguardar o maior ritmo de embarques de soja do Brasil, uma vez que a oleaginosa dos Estados Unidos não é competitiva neste momento. “A China não tem interesse em comprar novos volumes dos americanos. O grão está com uma diferença de US$ 1 dólar por bushel em relação ao prêmio negociado no Brasil. Além disso, ainda temos um volume de 60 milhões de toneladas para serem negociadas”, comenta.
Tendência de preços
Segundo o analista de mercado, não existe um cenário ainda mais altista para os preços da soja a nível interno no curto prazo. “No atual patamar, a soja já está valorizada. Mas, quando entrarmos no pico da safra, com aumento de custos por conta dos fretes, a tendência é de queda nas cotações, especialmente entre março e abril”, projeta Brandalizze.