Cadeirante preso no Carnaval de Salvador quebra regras de prisão domiciliar em menos de 24 horas
Justiça Policia

Cadeirante preso no Carnaval de Salvador quebra regras de prisão domiciliar em menos de 24 horas

O cadeirante, de 40 anos, preso na última quinta-feira (29) enquanto vendia bebidas no circuito Dodô, em Ondina, teve a prisão domiciliar revogada após descumprir as condições estabelecidas pela Justiça. Ele havia recebido o benefício no sábado (1º) por motivos de saúde, mas voltou ao circuito no dia seguinte, desrespeitando a decisão judicial. O homem possuía dois mandados de prisão, um por condenação e outro de prisão preventiva.

Em entrevista ao BNEWS, a defensora pública Fabíola Pacheco afirmou que o homem foi devidamente orientado sobre as restrições da prisão domiciliar, que permitia sua saída apenas para realizar hemodiálise. “Ele quebrou o benefício em menos de 24 horas e retornou ao mesmo local onde havia sido preso. Isso demonstra que ele não respeita a Justiça”, declarou.

A revogação da prisão domiciliar foi determinada pelo mesmo juiz que concedeu o benefício, Cidval Santos, e o homem agora será encaminhado ao sistema prisional. Segundo a defensora, a reincidência comprova que ele não tinha intenção de seguir as regras impostas. “Se ele estivesse realmente tão debilitado, não teria voltado ao circuito tão rapidamente”, completou.

A audiência de custódia

A decisão da prisão domiciliar foi tomada após audiência de custódia, na qual participaram o juiz Cidval Santos, a promotora do Ministério Público da Bahia (MP-BA) Ediene Lousado e a defensora pública estadual Fabíola Pacheco. O BNEWS acompanhou o processo.

O homem, que nega os crimes pelos quais foi condenado, enfrenta graves problemas de saúde. Ele precisa realizar hemodiálise três vezes por semana e está há dias sem o tratamento adequado. Além disso, desde sua prisão na última quinta-feira, ele não teve acesso a medicamentos essenciais. A Defensoria Pública reforçou o pedido de prisão domiciliar, destacando a necessidade urgente de atendimento médico.

Durante a audiência, o comerciante relatou que perdeu os movimentos das pernas e os dois rins após complicações médicas, incluindo uma infecção hospitalar e uma perfuração no coração. Ele também afirmou que, no momento da prisão, estava se preparando para a hemodiálise e sequer conseguiu pegar seus pertences pessoais.

A promotora Ediene Lousado solicitou a prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, até que seja verificado se o presídio tem condições de garantir o tratamento adequado. O juiz deferiu o pedido, permitindo que o homem saia de casa apenas para realizar o tratamento médico. No entanto, ele não poderá continuar trabalhando nas ruas.

O comerciante, que já passou um ano e meio internado, tem quatro filhos e perdeu a esposa. Ele vive sozinho e abandonou os estudos na quinta série. Durante a audiência, chorou ao falar sobre sua situação e demonstrou preocupação com sua sobrevivência sem poder continuar trabalhando.

Fonte: BNews | Foto: Rodrigo Oliveira Braga / BNEWS