Autor: BNoticias | Foto: Ilustrativa/Ascom/Biomanguinhos
O Instituto Butantan finaliza até esta terça-feira (18) a produção de 6 milhões de doses da vacina ButanVac. O imunobiológico é a aposta do instituto em uma vacina 100% nacional e que não vai enfrentar impasses com a demora da chegada de matéria-prima, como acontece com as vacinas que hoje são produzidas no Brasil. A produção do imunizante foi iniciada no dia 28 de abril.
Tanto a vacina de Oxford/Atrazeneca, produzida pela Fiocruz, quanto da Coronavac pelo Instituto Butantan, dependem do envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) por laboratórios chineses. O Brasil tem enfrentado dificuldades para receber os carregamentos, que precisam de autorização do governo da China para embarcar. Além da alta demanda pelo IFA em todo o mundo, a dificuldade também tem influência de problemas diplomáticos causados por comentários e sugestões relacionadas a responsabilidade do país asiático na pandemia feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A ButanVac ainda não tem autorização para realizar testes clínicos no Brasil. Essa é uma etapa importante e essencial para que a vacina se viabilize e possa ser analisada e posteriormente autorizada a ser utilizada no país.
O Butantan submeteu o pedido de autorização para realização dos testes clínicos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e aguarda o parecer da entidade.
Na quinta-feira (13) a Anvisa pediu que o Butantan complementasse as informações sobre a ButanVac, antes de liberar os testes clínicos em humanos.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, ressaltou que a ButanVac vai possibilitar independência ao Brasil na produção de vacinas. A previsão de Covas é otimista, já para o segundo semestre deste ano. “Nós temos uma grande capacidade de produção e poderemos ajudar muito o país com essa vacina, que não dependerá da importação de matéria-prima”, defendeu Covas na sexta-feira (14), ao dizer que o Butantan responderá com brevidade as questões levantadas pela Anvisa.