Baianos aproveitam antevéspera para completar a ceia de Natal
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Baianos aproveitam antevéspera para completar a ceia de Natal

A véspera de Natal da baiana Angélica Bispo, 59, vai ser animada. Com a família toda reunida e um amigo secreto na programação, não tinha como ser diferente. Um dia antes de a farra começar, a auxiliar de processamento lembrou de passar no supermercado para completar a ceia e se surpreendeu com as filas curtas. Apesar de muitas pessoas terem aproveitado para comprar os ingredientes que faltavam na antevéspera (23), a movimentação fraca indicava que os mais atrasados ainda esperariam o dia 24 para finalizar as compras do jantar mais especial do ano.

Além da diversão, o lado bom de juntar a família no Natal é a praticidade: cada um leva um prato e a ceia não pesa no bolso de ninguém. Assim é a tradição na família de Angélica, que fazia compras com o marido e a filha em um supermercado na Av. ACM. Neste ano, a comilança vai ser na casa da irmã e Angélica comprava os últimos panetones para completar a ceia de sábado.

“Viemos pegar algumas coisas que estavam faltando. Dessa vez não compramos carne, só foi o frango de proteína, então não saiu tão caro”, conta a auxiliar, que já havia feito a primeira leva de compras há 15 dias. Como cada um vai levar um prato, além do frango, peru e porco estarão na mesa da família nesta noite.

No dia a dia, a casa de Marcelo Oliveira, 52, e Rosemeri Reis, 52, não costuma ficar cheia. Só o casal e os dois filhos moram em Pernambués. Mas, homem vivido que é, Marcelo bem sabe que a tranquilidade pode reinar em alguns dias do ano, mas no Natal, jamais. Pouco importa se a data cai no final de semana, como ocorre neste ano, ou não: a casa enche de familiares próximos, distantes e até agregados.

“Não tem ninguém com família pequena nesta época. Normalmente somos nós quatro, mas no Natal a família cresce e não dá nem para contar. Até quem não é da família, acaba virando”, diz Marcelo sorridente. O prato principal da ceia, um chester temperado, já havia sido comprado há mais de uma semana e aguardava no congelador ser enfim preparado.

Mas para reforçar as compras, já que a casa vai encher, Marcelo e Rosemeri aproveitaram a folga do trabalho para comprar o que restava em um supermercado no mesmo bairro onde vivem. Entre as caixas do carrinho, refrigerante, maionese e azeitona. Apesar de terem exercitado a paciência antes de sair de casa, pois acreditavam que o mercado estaria cheio, também tiveram uma surpresa agradável ao não pegar fila no caixa.

“O povo não está vindo aqui porque os valores são a mesma coisa dos mercados de bairro. Para não pegar carro, o pessoal prefere ficar pelo bairro mesmo. Ele [o marido] queria ir lá, mas eu não deixei porque queria ver os preços daqui”, conta Rosemeri. Para eles, os preços estavam mais caros do que o normal.

Na Cidade Baixa, o movimento também era abaixo do esperado um dia antes da véspera de Natal. O gerente de uma unidade atacadista chegou a dizer que a expectativa é que durante o início da noite, quando as pessoas fossem liberadas do trabalho, as filas se formariam nos caixas.

Os representantes do setor preveem um crescimento de 11,7% neste dezembro, em comparação com o mesmo período do ano passado. A Fecomércio-BA estima um faturamento de R$1,909 bilhão, o que representa R$200 milhões a mais do que no último ano.

Se a falta de longas filas agradou quem foi fazer compras na tarde de sexta-feira (23), os preços não seguiram a mesma lógica. Quem deixou para completar a ceia de última hora sentiu a diferença nos preços. A garçonete Isa Oliveira, 31, foi duas vezes neste mês ao mesmo supermercado em Pernambués e sentiu a diferença na hora de passar o cartão.

“Agora está mais caro do que quando vim no início deste mês. A maionese, os queijos, carnes e frangos, tudo mais caro”, relata. Por sorte, a ceia da família tem como destaque principal o salpicão, prato que agrada ela, o marido e os dois filhos.

Além de gostoso, o prato feito com frango ajuda a sobrar dinheiro para encher o carrinho. O quilo do peru, alimento mais tradicional da festa, chega a custar quatro vezes mais que o frango na capital. “A gente gosta mesmo do salpicão e não somos muito chegados em peru e chester, então aproveita para economizar”, diz.

Fonte: Correio24hrs | Foto: Paula Fróes/CORREIO