Segundo Fernando Fernandes, vice-presidente do sindicato dos agentes penais, deveriam ter pelo menos 70 agentes de plantão
A rebelião no Complexo da Mata Escura, que resultou na morte de cinco detentos e 23 feridos na tarde do último domingo (20), aconteceu no momento que apenas três policiais penais estavam de plantão na unidade. A informação foi passada pelo vice-presidente do sindicato dos agentes penais, Fernando Fernandes.
“Na hora do fato,em um pavilhão com aproximadamente 350 presos, tinham apenas 3 policiais penais de plantão. Quando deveriam ter 70. Essa é uma realidade de todas as unidades, do estado inteiro. Nós temos hoje cerca de 14 mil pessoas presas [na Bahia], deveríamos ter pelo menos 3 mil policiais por plantão. E, hoje, contamos com efetivo que não ultrapassa 250. Isso significa dizer que as unidades estam se gerindo”, diz.
Fernandes classifica a rebelião como “uma tragédia anunciada” e ainda critica a falta de câmeras de segurança cobrindo todos os espaços da penitenciária. “Qualquer bar, boteco, tem câmera por toda parte. Como uma penitenciária não tem?”, questiona. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) foi procurada pelo Metro1 para informar se o número de apenas três agentes procede, mas a assessoria da pasta não respondeu os questionamentos até a publicação desta nota.
Embora a SSP contabilize 5 mortes e 18 feridos, o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da capital, Ivan Paiva explica que, ao todo, 23 pessoas ficaram feridas. Entre as vítimas, pontua o médico, há “alguns casos bem graves, que podem evoluir à morte”, diz.
Nove detentos foram socorridos para o Hospital Geral do Estado (HGE), dois para o Hospital do Subúrbio, sete para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris, e outros cinco seguiram no complexo penitenciário – estes, com ferimentos de menor complexidade, não entraram no balanço divulgado pela SSP-BA.
Fonte: Metro1 | Foto: Reprodução