Estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba) realizaram protestos, nesta segunda-feira (1º), contra a baixa oferta de vagas em matérias obrigatórias da graduação. Com cartazes e palavras de ordem, o grupo de cerca de 40 alunos se reuniu em frente à Reitoria, no bairro do Canela, em Salvador.
Uma reunião foi realizada entre membros do Diretório Acadêmico e da Reitoria para debater o tema. Segundo os estudantes, a falta de vagas ofertadas pode atrasar a formação dos futuros médicos. “Nós, estudantes de Medicina da Ufba, estamos enfrentando sérios problemas relacionados à matrícula nas disciplinas obrigatórias. Essa situação tem origem em diversos fatores, principalmente no contexto da pandemia, quando o ingresso de novos alunos continuou mesmo sem aulas presenciais”, disse o estudante Hiago Herédia durante ato realizado nesta segunda (1º).
O vice-reitor Penildon Silva Filho, que participou do encontro com os estudantes, confirma que a pandemia da covid-19 contribuiu para os problemas de oferta de vagas. Segundo ele, o problema não é novidade e deverá ser resolvido com a ampliação da oferta. “Nos últimos anos, a pandemia provocou retenção de alunos, o que não é um problema apenas na Ufba e acontece em todo o Brasil”, afirma.
“A reivindicação dos alunos é legítima. Eles merecem ter oferta de vagas necessária para dar continuidade ao seu fluxo acadêmico. Estamos levantando, na administração central, o planejamento acadêmico, e amanhã teremos uma reunião com os departamentos de Medicina para ver de que forma podemos conseguir uma oferta maior de vagas”, completa Penildon Silva Filho. Entre as soluções consideradas está a abertura de novas turmas. O número exato de vagas que devem ser abertas ainda não foi divulgado.
Os problemas no planejamento acadêmico não são exclusividade do curso de Medicina. Na semana passada, o CORREIO recebeu relatos de estudantes de Direito que reclamam da demora para a contratação de professores e consequente atraso no cronograma das aulas. “O caso mais recente envolve o atraso na contratação de docentes e o colapso provocado pela transição do sistema acadêmico, que vem comprometendo diretamente a formação dos alunos”, diz o comunicado.
“As aulas do semestre letivo tiveram início em 24 de março, mas uma das disciplinas obrigatórias só contou com professor a partir de 10 de julho, a pouco mais de duas semanas do encerramento oficial das atividades, previsto para 26 de julho. Para tentar compensar a lacuna, a universidade organizou um regime intensivo de aulas e avaliações até 7 de agosto. Ainda assim, o atraso acarretou prejuízos”, afirma o texto divulgado por estudantes. Como a disciplina terminou após o fechamento do semestre, alunos dizem que suas notas não foram inseridas no sistema.
Fonte: Correio24hrs | Foto: Reprodução