Em determinados momentos da vida, sentimos a necessidade de promover mudanças significativas, mas podemos nos encontrar presos numa inércia corporal que nos impede de agir. Nesses momentos, há uma força interior que impulsiona nossas ações, obedecendo a um comando. Neste artigo, exploraremos essa temática.
Muitos filósofos entre eles Nietzsche e Schopenhauer falam algo semelhante sobre uma força cega, incessante e irracional denominada “vontade”, que constituiria a essência dinâmica do mundo. Diferente destes dois pensadores, que resistiam a existência de Deus e da alma, consideramos como incontestável que a constituição do ser humano é uma dualidade interativa entre o corpo e o espírito. E que o corpo é limitado pelos sentidos e pela resistência física, enquanto o espírito possui uma peculiaridade imaterial que lhe confere uma percepção mais abrangente. Em razão disso, devemos seguir seu comando, pois é nele que reside esta vontade cósmica. Ou seja, parece irracional para o corpo, mas extremamente racional para o espírito.
No entanto, temos dificuldade de perceber estes sinais de atuação anímica, pois é exatamente esta obscuridade que atua sobre a nossa cognição. Isso ocorre para que possamos receber uma influência renovadora. Esse comportamento é claro para os outros, mas imperceptível para nós mesmos. Em consequência, inconscientemente, agimos com situações provocativas para romper esta imobilidade, e praticamos atitudes inesperadas que “normalmente” não faríamos, como por exemplo, quando desejamos mudanças profissionais ou romper relacionamentos. É como uma autossabotagem para mudarmos de direção. Constitui-se em uma força profunda e pré-racional, que irá ser aproveitada para a transformação interior, transcendendo barreiras.
Em resumo, a influência espiritual desempenha um papel fundamental estimulando-nos a provocar rupturas e buscar mudanças necessárias em nossas vidas. Assim, o princípio da “Força da Vontade Interior” nos leva à compreensão de motivações psicológicas profundas do ser humano como um advento metafísico. Que possamos estar conscientes dessa interação entre corpo e espírito, permitindo que essa influência nos guie em direção à autotransformação e ao alcance da plenitude em nossa jornada pessoal.
Mauro Falcão