Abaladas, as quatro agentes que acusam de assédio sexual e moral o delegado Antônio Carlos Magalhães Santos foram ouvidas sem a presença dele, na tarde desta quarta-feira (09), no Fórum Criminal de Sussuarana. “Elas estavam aterrorizadas. Pediram e o juiz acatou prontamente. Ele ficou em outra sala”, conta uma fonte da Justiça.
Nesta quarta, na 12ª Vara Criminal, foram ouvidas primeiro as quatro vítimas, agentes que trabalhavam na 28ª Delegacia (Nordeste de Amaralina), onde o delegado era o titular. Elas entraram juntas na sala de audiência. Então, o juiz Ricardo Augusto Schmitti só fez uma única pergunta para elas: “O toque foi consensual?” . Diante da negativa em coro, o magistrado disse: “Para mim, isso foi suficiente”. A declaração causou um profundo impacto. “Foi muito pesado. Foi como se ele soubesse de tudo”, relata a fonte.
Em seguida, foram ouvidas as cinco testemunhas de acusação, todos os policiais civis sindicalizados. O caso veio à toa após uma vista do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindipoc ) à 28ª DP, em setembro do ano passado. Na denúncia, Antônio Carlos é acusado de fazer piadas ousadas, toques corporais e convite para passeio de lancha.
Embora tenha ido à audiência, condição para que o procedimento fosse realizado, o delegado não foi ouvido, mas seus advogados acompanharam tudo. Ele será interrogado pelo juiz na próxima audiência, onde as testemunhas de defesa irão apresentar suas versões. Ainda não há data marcada.
Após o escândalo, o réu foi exonerado do cargo de titular da 28ª DP. Dias antes, ele foi beneficiado por uma licença-prêmio (afastamento de três meses). Ainda segundo a fonte, Antônio Carlos estaria afastado das funções por recomendações médicas.
O CORREIO pergunto nesta quarta (09) e sexta (10) à Polícia Civil se o delegado está trabalhando e onde, mas até o momento não há resposta.
Fonte: Correio24hrs | Foto: Arquivo/CORREIO