Servidoras da SPMJ de Salvador denunciam colega por agressões e assédio moral
Justiça

Servidoras da SPMJ de Salvador denunciam colega por agressões e assédio moral

Ao menos três servidoras da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) de Salvador denunciaram à Ouvidoria da Prefeitura de Salvador e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) um servidor, chefe de um setor da pasta, de praticar agressões, xingamentos, ameaças e assédio moral contra elas há mais de um ano. Segundo a denúncia, o caso foi levado ao conhecimento da secretária da pasta, Fernanda Lordelo.

Em uma das denúncias formalizadas na Ouvidoria, que o BNews teve acesso, a vítima diz que “em um episódio o gestor jogou papéis em cima de mim, enquanto estava sentada trabalhando, em outro momento ele não permitiu que eu falasse e bateu com as duas mãos em cima da mesa se impulsionou pra minha direção e depois saiu”, relatou.

“O pior? A secretária Fernanda Lordelo sabe de tudo. Ao invés de punir, ela afastou e transferiu as vítimas”, afirmou outra vítima. “O gestor me humilhava, dizia que a diferença entre ele e eu era que ele era um servidor e eu simplesmente era um nada”. Devido às agressões, as servidoras precisaram de acompanhamento médico psiquiátrico e psicológico.

Denúncia no MPT

A denúncia ao MPT diz que “foi verbalizado em reunião em junho de 2023 com a Secretária da pasta Fernanda Lôrdelo e uma coordenadora sobre os abusos acontecidos no referido setor, houve o pedido da troca de setor, porém a secretaria disse que não havia necessidade e quando ele gritasse era pra gritar a ele também”.

“Continuamos no setor passando pelos abusos. Até que no mês de junho de 2024 fomos até o sub secretario Matheus Simões e pedimos novamente a troca de setor, já que continuou os abusos e piorando, ele se comprometeu em fazer a troca e falou que iria colocar homens no setor para substituição das funcionárias que sofreram abusos”, continua o documento.

“Mas [duas vítimas] saíram do setor, porém obrigaram [a outra vítima] a ir trabalhar no setor, alegando que as funcionárias que saíram estavam mentindo mesmo sabendo do que acontecia lá, ela pediu para não ir, mas a coordenadora e a Secretaria Fernanda Lôrdelo a obrigou”, relataram as vítimas ao Ministério Público.

Ainda segundo a denúncia ao MPT, as vítimas dizem que “o agressor não foi afastado e perseguiu as mesmas, não apenas o agressor mas também a coordenadora e Secretária Fernanda, punindo as vítimas por ter denunciado o caso de assédio”.

SPMJ abriu sindicância

Em nota, enviada ao BNews no dia 4 de fevereiro, a SPMJ disse que “a situação já está sendo apurada por meio de sindicância instaurada conduzida por comissão formada majoritariamente por servidoras concursadas. O servidor concursado envolvido será chamado a prestar esclarecimentos, de modo a garantir o contraditório e a ampla defesa, dentro dos parâmetros legais”. E ainda que “o chefe imediato do acusado, tomou conhecimento da denúncia e prontamente se manifestou pela instauração do procedimento investigativo”.

O BNews entrou em contato novamente, nesta terça-feira (18), com a SPMJ para saber se houve alguma atualização sobre a sindicância. Em nota, a pasta disse que “conforme informado anteriormente, sindicância instaurada é formada por servidores concursados e possui prazo de 30 dias para emissão de relatório conclusivo. Até a presente data, o fluxo de trabalho da comissão já ouviu as partes envolvidas e vem levantando provas e análise dos depoimentos”.

A SPMJ disse que “seguindo a legislação vigente, é necessário aguardar a conclusão do procedimento para garantir a ampla defesa do servidor concursado”. Além disso, disse que é “importante ressaltar inclusive que a denúncia foi formalizada em dezembro de 2024, de modo que o servidor encontrava-se de férias, sendo o procedimento instaurado imediatamente após seu retorno”, concluiu.

Fonte: BNews | Foto: Dinaldo Silva/BNews