Autor: JCorreio | Foto: Reprodução
A polícia divulgou quem são os atiradores responsáveis pelo ataque que deixou três mortos na Praia de Jaguaribe, na última terça-feira (5). Os criminosos são Felipe Nauã Fiúza Moreira e Caio Mateus Fiúza Catarino, ambos de 25 anos.
Os dois são primos e foram à praia para executar o traficante Lucas Santos da Cruz, que tinha 27 anos, que foi atingido e morreu no local. Eles também atingiram e mataram Juliana Celina da Santana Silva Alcântara, de 20 anos, e de Igor Oliveira Lima Filho, de 16 anos. Ambos estavam na areia quando ocorreu o atentado e não tinham nenhum envolvimento com criminalidade.
Juliana e Igor foram mortos por bandidos (Foto: Redes sociais)
A dupla, que segue foragida, entrou para o Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública. As informações foram reveladas por Fontes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na tarde desta sexta-feira (8), às 16h30, em uma coletiva virtual sobre o andamento das investigações do triplo homicídio.
Antes mesmo do atentado na praia, os bandidos, que possuem extensa ficha criminal, já tinham mandado de prisão expedido.
Os primos foram reconhecidos com o auxílio de imagens de câmeras de segurança, além dos depoimentos dos três criminosos presos por participarem do crime. Até o momento, a polícia já prendeu dois motociclistas responsáveis por irem à praia antes do crime para ver se havia blitz ou policiamento no local, além de apontar onde estava Lucas e transportar os criminosos na fuga. Os condutores das motos receberam R$ 50 e R$ 30 pelo serviço. Além deles, também foi preso o taxista responsável por levar Felipe e Caio ao local do crime e auxiliá-los na fuga.
“No dia de ontem, foi possível a identificação de mais um veículo envolvido no caso. Um táxi, que levou os criminosos até as proximidades e ficou sendo vigiado por horas até o proprietário aparecer e ser abordado pelas nossas equipes. Ao ser confrontado, ele confessou a participação no transporte dos atiradores e cooperou com a investigação”, conta o delegado José Bezerra, também responsável pela investigação.
Bandidos
Felipe figura a carta Rei de Copas. O criminoso é conhecido por atuar nos bairros de Castelo Branco e Vila Canária, e possui passagens na polícia por ter cometido crimes de latrocínio, quando há roubo seguido de morte, e por porte ilegal de arma de fogo.
O criminoso cumpria pena no regime semiaberto, na Colônia Penal de Simões Filho, mas fugiu da unidade prisional no dia 8 de agosto do ano passado e nunca foi recapturado. De acordo com Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), sete detentos fugiram na ocasião, um deles era Felipe. Eles conseguiram tirar os tijolos da parede da cela em que estavam, pularam o muro do pátio e fugiram por um matagal que fica próximo à unidade prisional.
Segundo a 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), Felipe havia sido preso por tentar matar um policial militar em 2016, em um hospital da cidade de Simões Filho, e de roubar a sua arma, uma pistola calibre 380. Além disso, ele também é apontado como autor do homicídio do adolescente Victor Teles de Souza, de 16 anos, no dia 15 de março de 2017, no bairro de Águas Claras.
Segundo o delegado Reinaldo Mangabeira, à época titular da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), Felipe havia flagrado uma conversa da sua namorada com Victor em um aplicativo de troca de mensagens e descobriu que eles trocaram fotos íntimas. O criminoso então teria se passado pela mulher e marcou um encontro com o garoto, próximo a barbearia onde Victor trabalhava, e o matou com nove tiros na cabeça e no tórax.
Felipe também é investigado pelo assassinato de Edmilson Souza Santos, ocorrido em janeiro de 2017, no bairro de Castelo Branco.
Já Caio, que agora é o Cinco de Paus do Baralho do crime, também tem como área de atuação criminosa os bairros de Castelo Branco e Vila Canária.
O motorista, que alugou o táxi para participar da ação, também possui ficha criminal e já é conhecido por atuar auxiliando fuga de bandidos em ações criminosas. “É importante ressaltar que o motorista também tem um histórico criminal. Ao todo, são cinco ações penais como crime contra patrimônio e roubo de veículos que existem contra ele. Já é, inclusive, figura conhecida na prática de transporte de criminosos”, acrescenta Bezerra.
Assim como os sobreviventes daquela tarde de terror na Praia de Jaguaribe, os coautores, que transportaram os criminosos, foram essenciais para identificação dos atiradores e a aproximação para que a polícia chegasse ao nome do mandante do ataque.
Quem tiver qualquer informações sobre a dupla pode denunciar através dos telefones 3235-0000 (Salvador e RMS) e 181 (interior) ou pela plataforma on-line do ‘Denuncie Aqui’, disponibilizada no site disquedenuncia.com. O denunciante não precisa se identificar.
Lucas era alvo dos criminosos (Fotos: Reprodução e Nara Gentil/CORREIO)
Relembre o crime
Por volta das 15h desta terça-feira (5), banhistas se divertiam na Praia de Jaguaribe, quando um grupo de cinco homens armados invadiu a faixa de areia atirando. O alvo da ação era Lucas, que correu, mas foi alcançado e morto no local. A estudante de biomedicina na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Juliana e o adolescente Igor estavam na linha dos tiros e acabaram sendo atingidos e mortos.
A mãe de Juliana Celina estava na hora quando a filha foi baleada e passou mal, precisando ser socorrida e medicada. Um outro rapaz que estava na praia, André Luiz Cunha dos Santos, que também não tem envolvimento com a criminalidade, foi atingido e sobreviveu. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgia.