A Justiça de São Paulo rejeitou o pedido de danos morais que Marcius Melhem havia movido contra Dani Calabresa, em que pedia R$ 200 mil e retratação pública sob o argumento de que a atriz havia feito acusações de assédio falsas contra ele.
Em nota, a defesa de Melhem informou que não concorda com o que chama de “empate” e que irá recorrer da decisão. Procurada, a assessoria de Dani Calabresa não respondeu às tentativas de contato.
A juíza Luciana Novakoski de Oliveira, da 22ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou que não houve comprovação de que Calabresa havia sido a responsável por divulgar informações sobre a investigação que seguiu as denúncias à imprensa.
Em entrevista à Folha de S.Paulo em setembro, Melhem afirmou que havia buscado a Justiça porque Calabresa e outras mulheres que o denunciaram por assédio sexual não queriam judicializar o caso, apenas “destruí-lo publicamente”.
Calabresa, por sua vez, se defendeu na ação, agora julgada improcedente, dizendo que havia sido Melhem quem levara detalhes do caso a público. Por ele ter publicado mensagens privadas trocadas pelos dois, a atriz pedia R$ 30 mil de reparação moral.
Calabresa fez parte de um grupo de seis mulheres que acusaram o ex-diretor da emissora Marcius Melhem de assediá-las sexualmente.
O humorista, hoje réu sob a acusação de assédio sexual contra três mulheres -as atrizes Carol Portes e Georgiana Goes, além de uma editora da Globo–, nega as acusações. Melhem diz, em entrevistas e nas redes sociais, que vídeos e áudios de cunho sexual que ele trocava com as mulheres são provas de que as relações seriam consensuais.
Para a juíza, Calabresa apresentou elementos suficientes para justificar a investigação da denúncia de assédio, ressaltando que a decisão não se trata de julgar se este ocorreu ou não.
Reitera, no entanto, que é “inadmissível” que um homem em posição de poder misture, nas mensagens trocadas, assuntos profissionais com elogios físicos à atriz. Por outro lado, ela não considerou válido o pedido de reparação feito por Calabresa.
“Mesmo recorrendo, a defesa ressalta a importância do reconhecimento de que Marcius Melhem sempre usou da divulgação de informações públicas dentro do permitido pela lei e para defender sua honra de mentiras e falsas acusações. Já é a segunda decisão da Justiça de São Paulo que reconhece esse direito depois da exposição desmedida e injusta que sofreu”, diz ainda.
Fonte: BNews/Folhapress | Foto: Reprodução / TV Globo