A cantora gospel Sara Mariano teria sido morta no mesmo dia que desapareceu, na noite de 24 de outubro. O corpo dela, no entanto, só foi encontrado três dias depois, carbonizado às margens da BA 093, na altura de Dias D’Ávila. O laudo ainda não foi divulgado pela perícia, mas o advogado da família dela, Marcus Rodrigues, acompanha as investigações e confirmou a informação ao CORREIO.
Ainda segundo Marcos, o corpo de Sara tem marcas de golpes de facão e só foi carbonizado dias após ela ter sido morta, mas não se sabe a data exata. Já o assassinato, teria ocorrido na madrugada de terça-feira (24) para quarta-feira (25).
A suspeita é de que o ministro do evangelho Gideão Duarte, 33 anos, apontado como um motorista da confiança de Sara, tenha buscado ela em casa para levar a um culto que não existiu, a pedido de Ederlan Mariano, ex-marido da vítima e principal suspeito do crime.
Ao invés de levá-la para o encontro religioso, o ministro do evangelho a teria entregue ao bispo Zadoque. O roteiro da cantora gospel neste período ainda não foi divulgado pela polícia. Gideão e Zadoque foram presos entre a noite da última terça-feira (14) e a manhã desta quarta-feira (15) por suspeita de envolvimento na morte da cantora evangélica Sara Mariano.
De acordo com o delegado Euvaldo Costa, titular da 25ª DT (Dias D’Ávila), que investiga o crime, os dois são investigados por suspeita de incendiar o corpo e tentar omitir provas do crime.
“Conforme as investigações, o suposto líder religioso e o motorista de aplicativo são suspeitos de participação na logística e execução, bem como no ato de incendiar o corpo e na tentativa de omitir provas”, afirma o delegado Euvaldo Costa.
Segundo a polícia, a dupla foi identificada após diversas diligências investigativas, a exemplo da coleta de depoimentos de testemunhas, análises de imagens de câmeras de videomonitoramento da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) e de câmeras particulares, que auxiliaram nas investigações. Laudos periciais são aguardados para complementar a apuração do caso.
Relembre o crime
A cantora gospel e pastora Sara Mariano desapareceu no dia 24 de outubro, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso que ocorreria em Dias D’Ávila. Na ocasião, o próprio marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento.
Ederlan informou na ocasião que Sara tinha costume de participar de vários eventos religiosos e na noite de terça um carro foi buscá-la para levá-la até o encontro do qual ela participaria. Mais tarde, ele tentou falar com a esposa e não conseguiu. Ele chegou a dizer que não tinha mais detalhes sobre se ela chegou a partir do evento.
Ederlan chegou a ir até o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar queixa na manhã de quinta-feira (26). O corpo de Sara Mariano foi encontrado carbonizado às margens da BA 093, na altura de Dias D’Ávila, na tarde da sexta-feira (27). O marido reconheceu os restos mortais da vítima.
Como o corpo estava carbonizado e irreconhecível, a suposta identificação só foi possível inicialmente graças aos objetos encontrados ao lado da vítima, apontados como de Sara. No mesmo dia, Ederlan foi preso. Inicialmente, foi divulgado que ele confessou o crime, mas a defesa nega. Ele alega ser inocente.
Fonte: Correio24hrs | Foto: Reprodução