De acordo com pesquisador da Embrapa, Paulino Andrade, não é recomendado misturar capins em uma mesma área; saiba o motivo!
Autor: Pasquale Augusto, de São Paulo | Foto: Divulgação
A implementação de pastagens nas propriedades rurais busca aliar produtividade e custo-benefício. As necessidades nutricionais e formas de manejo são os principais fatores levados em conta na escolha do capim, assim como a preferência dos animais pelos pastos.
Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Paulino Andrade, o produtor não deve misturar capins em uma mesma área por conta da palatabilidade, ou seja, a aceitação do alimento pelo animal.
“Não recomendamos misturar capins diferentes em uma mesma área, por conta dessas preferências do gado, há capins que são mais aceitos do que outros. Logo, o menos palatável não será consumido, já que o gado terá sempre uma preferência”, diz Paulino Andrade.
No entanto, diversificar as pastagens é vantajoso, desde que seja feito em setores diferentes e destinado para rebanhos distintos. “Recomendamos implantar um pasto menos exigente em termos de manejo para gado de corte e vacas no período de seca. No caso de categorias mais exigentes, como vacas em lactação, deve-se implantar pastos mais ricos nutricionalmente”, afirma.
Leite
De acordo com o pesquisador, o capim elefante anão BRS Kurumi é o mais recomendado para o gado leiteiro. A cultivar se destaca por apresentar alto potencial de produção de forragem com excelentes características nutricionais, o que possibilita ao produtor de leite intensificar a produção animal com menor uso de concentrado.
“A sua implantação é pouco mais complicada por ser feita com mudas e não com sementes, isso também acaba encarecendo o processo, mas na hora da suplementação isso acaba saindo mais em conta devido ao alto valor nutricional da cultivar que reduz os níveis necessários de concentrado”, diz Andrade.
Gado de corte
Já para os animais criados para abate, o capim braquiária e panicum são os mais utilizados na alimentação. “Os panicuns são bastante utilizados mas em menor escala comparado às braquiárias, devido ao seu manejo mais exigente”, comenta o pesquisador.
Entre as braquiárias, a cultivar mais recomendada pelo engenheiro agrônomo é a braquiária brizantha, devido a sua tolerância elevada ao frio e secas, assim como sua resistência às cigarrinhas-das-pastagens. A variedade é indicada para bovinos de cria, recria e engorda, mas pode ser usada para ovinos, caprinos e bubalinos.
O capim-mombaça, cultivar mais utilizada entre as panicuns, é uma boa solução para áreas de solo com maior fertilidade e indicada na diversificação das pastagens em sistemas intensivos de produção animal, segundo o pesquisador.
“A BRS Zuri e BRS Quênia são cultivares que ganharam bastante espaço nos últimos anos por apresentarem um alto valor nutricional, resistência às cigarrinhas-das-pastagens e uma tolerância a alterações de temperatura. A Zuri é muito similar ao mombaça, essas três opções são recomendadas para gado de corte”, finaliza Andrade.