A despedida da cantora Rita Lee será no planetário do Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, onde seu corpo será velado nesta quarta-feira (10). A cerimônia será aberta ao público entre as 10h e o meio-dia.
Em sua primeira autobiografia, “Rita Lee — uma autobiografia”, publicada em 2016, a cantora escreveu um capítulo sobre a relação que tinha com o local que veio a se tornar o Parque Ibirapuera, chamado pela artista de “floresta encantada”: um lugar ideal para montar um pequeno acampamento e realizar piqueniques aos domingos.
Na obra, a cantora também imaginou como seriam os minutos após sua morte. E, ao longo das nove linhas que escreveu sobre este momento, ela aproveitou para advertir os políticos: “Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los”.
Segundo a cantora, as visitas ao local eram realizadas em grupo formado por seis mulheres. Cada uma escolhia uma árvore ou planta para cuidar, retirando folhas secas e ervas daninha. Elas também plantavam pés de frutas, verduras e legumes nas redondezas do parque.
Ao relembrar a inauguração do parque, em comemoração aos 400 anos da capital paulista, Rita menciona que “o sonho acabou” — suas pequenas hortas foram destruídas, e a floresta deu lugar ao asfalto, cimento e “construções de gosto duvidoso”.
O pai da cantora teria desaprovado a intervenção no espaço e se recusado a comparecer à festa de inauguração.
Ainda assim, o Parque Ibirapuera seguiu como um local marcante na vida de Rita, sendo mencionado diversas vezes aos longo dos capítulos do livro.
No capítulo intitulado “Mutatis Mutandis”, Rita Lee conta que ia toda semana ao planetário do Ibirapuera, era seu “must semanal”, visita que era sucedida por uma banana-split na lanchonete próxima.
Fonte: G1 | Foto: Guilherme Samora / Divulgação