Entre as primeiras medidas para uma gestação saudável está a suplementação de ácido fólico desde o planejamento até a 12ª semana. Esse cuidado previne problemas na formação do tubo neural.
A chegada de um bebê ao mundo é motivo de muita alegria, mas a gravidez exige atenção especial com a saúde. Com mudanças em suas funções metabólicas, a gestante precisa se preparar para os nove meses, cuidando da alimentação, estado emocional, pressão arterial, entre outros tópicos, para que o parto aconteça nas melhores condições. Para isso, o acompanhamento médico é essencial durante o processo. No entanto, o dado do Sistema Único de Saúde (SUS) gera um alerta: durante a pandemia as consultas de pré-natal caíram 13,5%.
A Dra. Célia Regina Silva, vice-presidente da SGORJ (Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de Rio de Janeiro) e coordenadora do ambulatório de adolescentes da Maternidade-Escola da UFRJ, explica que relação médico-gestante é fundamental, principalmente em meio a tantas informações disponíveis. “A orientação médica para as gestantes tem papel importante de esclarecimento das dúvidas que começam a surgir. Num primeiro momento, a enxurrada de informações vem de todos os lados, – podendo ou não ser verdadeiras e, pior: podem impactar no correto desenvolvimento da gravidez”.
A ingestão de vitaminas e nutrientes é um dos assuntos de atenção. Segundo a OMS, estima-se que 41,8% das gestantes em todo o mundo sejam anêmicas, supondo-se que grande carga de anemia seja devido à deficiência de ácido fólico e ferro. Assim, as mulheres necessitam de dieta mais equilibrada para auxiliar a manutenção da saúde da mãe e também o desenvolvimento de um bebê saudável. Dentre os inúmeros aliados nesse momento, o ácido fólico (vitamina B9) pré concepcional até o final do 1º trimestre da gestação tem destaque importante na prevenção dos defeitos do tubo neural.
“A suplementação de ácido fólico é um exemplo de como informações não científicas e a falta de orientação médica podem confundir as mulheres. O ácido fólico, além de prevenir anemia, é extremamente importante para a prevenção de defeitos congênitos, em especial os defeitos do tubo neural (DTN). As gestantes ao redor do mundo recebem suplementação de ácido fólico há mais de 50 anos. Trata-se de um produto testado, com absorção, dosagem e efeitos comprovados”, alerta a Dra. Célia Regina.
A dosagem correta também deve ser levada em consideração: a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão de 400 microgramas por dia, iniciando-se dois meses antes da gravidez planejada. Nas primeiras 12 semanas, o ácido fólico participa de várias funções no organismo e, administrado na dosagem e período corretos, protege o bebê, auxiliando o fechamento do tubo neural e contribuindo para o neurodesenvolvimento do embrião.
A especialista lembra que, no entanto, mulheres com alto risco de DTN devem tomar uma dose de 4mg. “A concentração de ácido fólico circulante no sangue antes da fertilização é mais um passo para a gestação de um bebê saudável. Isso porque a vitamina é usada pelo organismo para produzir novas células, contribuindo para o crescimento daquelas que formarão os órgãos e tecidos fetais no início da gravidez. Como o armazenamento do ácido fólico não é possível, é preciso fornecê-lo continuamente”.
A alimentação também faz parte de uma gravidez bem-sucedida, mas é difícil obter a quantidade diária recomendada de ácido fólico apenas com a dieta. Por isso, sociedades médicas internacionais, como FDA (EUA) e EMA (UE), recomendam a suplementação da vitamina B9, o ácido fólico.
“Consultas médicas e exames periódicos devem ser frequentes durante a gravidez, porque são muitos fatores a ser analisados e a gestante precisa de informações seguras e cientificamente comprovadas. Nunca é demais reforçar dados científicos quando falamos do futuro das crianças”, aconselha a Dra. Célia Regina.
Fonte: Da Redação | Foto: Divulgação